Lisboa, sala de espera na estação de comboios “Gare do Oriente”.
Depois de pousar as coisas e sentar-me descansadamente, observei o cenário da variadíssima gente que por ali passava. Uma rapariga deficiente de canadianas a empurrar desajeitadamente o marido (deficiente) numa cadeira de rodas. Um miúdo irritado com a mãe porque na Worten não tinha encontrado o teclado que queria. Uma adolescente desesperada a conversar com os pais sobre as saídas à noite. Um casal de namorados a discutir: “Tás de trombas, é?! Vais de táxi!” Uma senhora (doente?) flutuava de um lado para o outro ralhando consigo própria.
Enquanto observava estas pessoas, interrogava-me: Como é que se alivia o sofrimento de uma humanidade que anda cansada? Preciso de saber... pois estou cansada... e em sofrimento...
Aproximou-se a hora do comboio. Levantei-me, peguei na mala e avancei para a linha um.
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