Sinto-me presa nas profundas entranhas da vida.
A minha própria vida, que eu própria construí...
Sinto falta de respirar a liberdade que eu própria ajudei a tirar... Sentimo-nos mal quando a liberdade nos é retirada por outrém, mas ainda é pior quando esse outrém é da damilia.
Sinto falta de vida.
Sinto falta de mim, dos meus sorrisos, que há já muito tempo não tenho conseguido mostrar ...
Como poderei se me sinto ignorada, com espaço a mais que me tira a liberdade de ser eu?
Sinto falta da areia à beira-mar.
Sinto falta da paz que a brisa marítima me traz quando fecho os olhos e inspiro aquele ar. Quando ele me entra pelo nariz e preenche cada canto do meu ser. Aí consigo pensar, libertar-me, ser o meu eu perdido que só encontro lá e fora daqui.
Sinto falta de respirar e saber que não me vão criticar pelas palavras, pelos sentimentos. A vida aqui torna-se fechada num sem-sentido mergulhado de solidão e indiferença. Critico-me a mim própria, tantos porquês... tantas palavras que deveriam ter ficado só comigo. Seria livre?Deveria de ter deixado as palavras ficarem só comigo...Não contigo, e com os outros...e a familia....
Continuo a ser eu. Mas só quando parto. Quando posso respirar, correr e ter a minha liberdade...
Apagada... sou assim vista aos olhos de quem avalia como sou.
Mas dentro de mim tenho uma luz brilhante, sei que sim... basta deixarem-me acendê-la...
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