Como é complicado adormecer à beira do abismo da minha própria existência. Na escuridão do meu quarto, que por acaso é bem fluorescente, ( no meio de estrelas e estrelinhas, sinais e tabuletas ), nas profundas horas da noite dentro, oiço a minha voz " Vais deixar de existir. Não existo. Vou deixar de existir" . A noite como uma espiral descendente, que me suga, que me arruína. É fácil perder-me entre os lençóis, quando ninguém me acalma o espírito. Garganta seca, coração aos saltos, pulmões ásperos. Na cabeça.. na cabeça o infinito. Abro e fecho os olhos, como quem procura uma solução, uma solução no interior, no meu ser. Uma cura. Mas cá dentro só vive a doença. A minha doença. Afogo a cabeça na almofada e deixo-me desfalecer. A única solução é perder. Não importa aquilo que tenha, aquilo que hei-de ter, aquilo que porque algum dia lutei. Quando nasci não me deram alternativa. Se não morrer do mal, morro da cura. Mas disto não me escapo.
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