pool
Nadar. Todos os dias nado. É uma alegria. Uma ataraxia inperturbável. Desporto solitário?Talvez. Não o considero, apesar da solidão associada ao bem estar provocar um sensação de honestidade para comigo própria, dá-me coragem. E além disso acho que todos precisamos daquele tempo só nosso, em que falamos só com os nossos botões.
Nadar é a entrega total do corpo a um meio estranho. Ao nadar os movimentos ganham autonomia, é possível sentir o prazer sem o instinto de competição. O olhar espalha-se pelo azul da piscina, pela maneira como a luz incide nos azulejos, como brilha como se fossem pequenos cristais, pela sensação de deslizar em compassos. Mas de tempos a tempos preciso concentrar-me nas exigências, respirar como deve ser, a mão fechada, em concha, com o braço num arco quase esticado, fazendo com que cada braçada se torne ainda mais perfeita, os ombros a rodarem a acompanhar o movimento da água, bater mais as pernas. Às vezes esqueço-me da pernada. Todos os orgãos fazem uma coreografia. A mente é estimulada, e não narcotizada pela repetição. Posso divagar, rever atitudes, lembranças, sonhar, sentir. (Hoje só conseguia pensar na nuvem amarela do dragon ball, parecia-me fofinha quando eu era pequena, e queria uma)
No fim, à saída, a sensação do corpo moído e cansado. Missão cumprida. Até disso eu gosto.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário