by the way
Vivemos na verdade formal e não na verdade da realidade. Como se a verdade queimasse, corroesse. Mas a verdade tem disso, daí so a vivermos formalmente. A mim revolta-me, mas conformo-me, porque a minha verdade é restrita, logo é formal, nao é a da realidade.
Será?
"A justiça está entre nós e Deus. ".
Não sei se deixei de acreditar em justiça. Se alguma vez acreditei. Tenciono um dia achar que acredito. Já pensei em defendê-la. Mas não sei se existe.
Não sei se deixei de acreditar em justiça. Se alguma vez acreditei. Tenciono um dia achar que acredito. Já pensei em defendê-la. Mas não sei se existe.
pool
Nadar. Todos os dias nado. É uma alegria. Uma ataraxia inperturbável. Desporto solitário?Talvez. Não o considero, apesar da solidão associada ao bem estar provocar um sensação de honestidade para comigo própria, dá-me coragem. E além disso acho que todos precisamos daquele tempo só nosso, em que falamos só com os nossos botões.
Nadar é a entrega total do corpo a um meio estranho. Ao nadar os movimentos ganham autonomia, é possível sentir o prazer sem o instinto de competição. O olhar espalha-se pelo azul da piscina, pela maneira como a luz incide nos azulejos, como brilha como se fossem pequenos cristais, pela sensação de deslizar em compassos. Mas de tempos a tempos preciso concentrar-me nas exigências, respirar como deve ser, a mão fechada, em concha, com o braço num arco quase esticado, fazendo com que cada braçada se torne ainda mais perfeita, os ombros a rodarem a acompanhar o movimento da água, bater mais as pernas. Às vezes esqueço-me da pernada. Todos os orgãos fazem uma coreografia. A mente é estimulada, e não narcotizada pela repetição. Posso divagar, rever atitudes, lembranças, sonhar, sentir. (Hoje só conseguia pensar na nuvem amarela do dragon ball, parecia-me fofinha quando eu era pequena, e queria uma)
No fim, à saída, a sensação do corpo moído e cansado. Missão cumprida. Até disso eu gosto.
Anormal? não, especial.
Gosto de comer chocapic com chantili. Batatas fritas pala pala com bolacha maria. Banana com mostarda. Mel com mostarda!(mnhaam) Melão com pão. Sandes de uvas. Oreos com cheetos. Sopa com azeitonas. Torradas com mel. Fatias de queijo enroladas em mel. Linguiça assada com leite. ... Sou estranha? Eu sou assim, gosto de misturar o doce com o salgado. Tanto na alimentação como em tudo o que me rodeia. A vida é um equilíbrio entre o doce e o salgado. O amargo e o agradável.
"A brincar com o umbigo da terra?”
Realmente...o que me deu na cabeça, para de repente me meter quase à bruta numa história destas?
Aqui ando eu de pêlos eriçados e agora? Agora um mês de história.
Aqui ando eu de pêlos eriçados e agora? Agora um mês de história.
green
É verde carregado que traça esta nossa coisa incurável, por enquanto. É ele a testemunha de cada tocar de lábios, de cada entrelaçar de dedos, de cada fotografia móvel que se espalha pelo alegre movimento de harmonia que o nosso corpo liberta. É uma fusão de amor, desejo e êxtase que nos devora em cada momento e que o torna memorável. É o nosso amor. Este amor verde carregado.
de momento está em fanicos
"Deixa andar
Deixa ser
Quando queres entender o que não podes disfarçar
Escolhes não sentir mas não é teu para decidir
Se faz bem ao coração
Largar o que há em vão
Faz bem ao coração"
by fantasma
Deixa ser
Quando queres entender o que não podes disfarçar
Escolhes não sentir mas não é teu para decidir
Se faz bem ao coração
Largar o que há em vão
Faz bem ao coração"
by fantasma
mata o bicho
Ter cá por dentro um animal que salta. Um bicho vivo que come, que morde, que rói, que gasta. O lugar fechado de um peito, caverna escura, recôndita, lugar insuficiente para um bicho de membros enrolados, entorpecidos, raivosos. O bicho morde e come e engorda e inquieta-se . Cresce e não pode. O bicho acorda em momento incerto, rasga a pele num lugar de fragilidade - de ferida - onde o tecido se deslaça, semi-translúcido, como o linho roto, poído, de uma saia muito usada. Salta e abocanha, com dentes gigantescos, cada naco de gente, de mundo, ao alcance dos seus braços esfomeados. Ter dentro um bicho que salta, rebelde, e destrói. Depois recolhe triste, mudo, encolhido, à escura caverna onde habita. Prega-se às paredes do peito como um molusco. Finge-se de morto. Não se dá por ele durante muitas noites a fio. Ouve-se apenas, quando o silêncio é denso, uma respiração pesada como o som de pedras a rolar montanha abaixo.
especie
"porque pertenço à raça daqueles que mergulham de olhos abertos e reconhecem o abismo pedra a pedra anémona a anémona flor a flor"
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia de Mello Breyner Andresen
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